Aqui está mais uma parte...
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- Aqui? – sorri assustada.
- É. Não vejo problema.
- Nem eu, mas... O senhor me pegou de surpresa.
- UAU, a casa vai ficar cheia agora. – Mari disse animada. Olhei pra ela com animação também.
- Ainda bem que o James não ta aqui. Já pensou?! Sobra mais lugar. Quantas pessoas são pai? – Oliver disse ao sentar-se à mesa onde todos comiam.
- O Peter, meu amigo, sua esposa Charlene, e os filhos: Taylor, George, Fabrício. – meu pai disse animado. Ele parece realmente gostar de todos eles. – Vi todos os filhos crescerem e vi Peter se casar. Ele se casou um pouco antes de eu e sua mãe, Akemi. – ele sorriu. Assenti.
- Espero que todos nos déssemos bem. Qual é a idade deles mesmo, pai? – Oliver disse animado.
- O mais velho tem a idade da sua irmã, dezessete. O do meio tem quase catorze e o outro fará seis.
- OOH! – eu e Mari falamos em animação em relação ao último.
- Meninas, acalmem-se. Cuidado para não irritar o pequeno. – meu pai sabia que eu e Mariana éramos apaixonadas por crianças.
- Nós sabemos, tio Roland. Ah não, Akemi. Vou morar aqui com vocês. Não resisto a um pequenino! – Mari falou e todos riram.
- Antes vai resolver seus problemas primeiro.
- Ah, Akemi. Você é terrível.
- Eu sei. – rimos. – Pai, quando eles chegarão?
- Amanhã após a sua aula. Então deixe tudo arrumado para o papai, certo querida?
- Tudo bem. Mas o Oliver vai ajudar.
- Oliver ajude sua irmã. – ele ordenou sem olhar pro meu irmão. Este virou os olhos.
Quando terminamos o almoço, meu pai estava pronto já para sair.
- Pai, o senhor vai ao hospital?
- Vou. Vou ver como estão todos. – meu pai falou preocupado. Era legal eles virem para cá, mas a história em si era triste. – Você vai ficar bem aqui?
- Sim. Na verdade, eu e a Mari pensamos em visitar a vovó...
- Vá, mas tome cuidado. A estrada ta lisa e alguns rios inundaram.
- Sabemos. – Mari disse sorrindo.
- Cuidado meninas.
- Sim, pai. Estamos indo agora, só vou embrulhar um pouco de bolo pra levar pra vovó.
- Tudo bem. Até mais. – Acenamos e meu pai foi embora com o carro.
- Essa história não ta Alá Chapeuzinho vermelho? – Mariana ria.
- Nem vem com piadas agora. É melhor irmos logo porque tenho que voltar cedo pra limpar algumas coisas por aqui. E... Se me lembro bem, alguém ficou de ir à casa do Shige mais tarde... – sorri.
- Sim. Já liguei pra tia.
- Certo, vou à cozinha e volto em um minuto.
Embrulhei um pedaço gordo de bolo de macaxeira que minha avó amava. Fui à porta e a Mari esperava encostada na porta. Dei um sinal para ela e a mesma pegou nossos guarda chuvas. Ainda chovia não tão fraco, mas dava pra se molhar se nos descuidássemos. Verifiquei se meu casaco estava bem abotoado para não molhar o bolo que estava por baixo, sendo protegido. Começamos a andar e quando vimos à hora, já eram quase três da tarde. Andamos mais algumas ruas até chegarmos à Maple Grove, a rua onde minha avó morava. A rua estava um pouco deserta para àquela hora da tarde, mas ainda conseguíamos ver algumas crianças brincando no quintal da frente das casas. Na chuva, obviamente.
Bati na porta da vovó e ela abriu surpresa. - Akemi?! O que faz aqui? Entre logo, vai pegar uma gripe. Seu pai não te deixou aqui? – minha avó disse incrédula. – Ah, oi Mari-chan, bom revê-la.
- Digo o mesmo. – ela reverenciou. Vovó ainda tinha muitos costumes do país do sol nascente. Minha bisavó, que morreu quando eu tinha somente dez anos, também me ensinara alguns costumes que até hoje, em memória dela, pratico. Meus avôs eram super legais, apesar de serem um pouco contra a algumas ações do meu pai.
- Vovó, nós trouxemos um pedaço de bolo pra senhora. – entreguei.
- Ah, - ela sorriu – que bondade. Acho que comê-lo com um pouco de chá seria o desejo de vocês agora, certo? – ela sorriu. Claro, ela estava certa. Precisávamos de algo quente para que nos aquecêssemos.
- E vovó, nós não iremos demorar. Só passamos para fazer uma visita. – Não adianta sempre eu dizia isso e quase toda vez, demorava muito. Mas, nesse caso realmente não posso ficar muito tempo.
- Tudo bem, querida.
- E o vovô?
- Inventou de sair a essa hora para comprar uns docinhos pro jantar. – ela disse com reprovação.
- O vovô tem mudado muito... Comendo doces? – disse incrédula, mas sorrindo.
- É verdade. Mas, você não respondeu à minha pergunta...
- Pergunta?
- Seu pai deixou você vir a pé nesse tempo horrível?
Rimos.
- Ele estava ocupado.
- Ele sempre está. – vovó disse colocando chá nas canecas. Virou-se para nós e disse – você deve ser mais firme com seu pai. Lembre-se que você é a única mulher naquela casa. Sua mãe devia estar aqui para ver tudo isso.
- Vovó, minha mãe está ocupada também trabalhando.
- No Brasil. – Mari disso. Virei para ela desconfiada.
- Não importa onde. Eu sei que sou a única mulher da casa, mas eu não tive coragem de pedir carona a ele hoje.
- Aconteceu alguma coisa? – Vovó foi andando a mesa e colocou nosso chá nela.
- Problemas com um amigo.
- Que amigo? – vovó se sentou e bebeu um gole de chá.
- Peter. – disse sem emoção. Vovó parecia assustada. Ela riu um pouco. - Ele era um bom menino... – acho que minha avó não tem o visto ultimamente. – E agora é um homem espetacular. Criou uma família muito digna.
Assustamos ao ouvir isso.
- A senhora os conhece? – Mari disse agora.
- Sim. Eu lembro quando ele pisou nessa casa pela primeira vez. Há... – ela parecia se esforçar para lembrar o ano. – Talvez uns 34 anos atrás.
Espantamos.
- Nossa. Isso é muito tempo. – Mari disse assustada. Vovó riu.
- Querem um pouco de bolo?
- Aceitamos. – dissemos em coro. Comemos o bolo e tomamos o chá. Aproveitamos e contamos o que sabíamos sobre o deslize de terra na casa do amigo do papai, Peter. Vovó parecia um pouco preocupada, mas a tranqüilizamos. Infelizmente não conseguimos achar o vovô em casa, mas tínhamos que ir. Mari ia à casa do Shige e eu tinha que ir pra casa. Essa história do amigo do meu pai havia me pegado de surpresa e totalmente desprevenida.
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Ok, aí está. Bem, espero que gostem...
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Até mais e boa noite!~
Parabéns querida Pauline por conseguir criar uma história tão longa( meu máximo são 40 linhas).
ResponderExcluirOBS: Você descreve meticulosamente cada ação dos indivíduos assim como o cenário em si. Não sei se gostara da comparação mas esse estilo de assemelha à J.R.R. Tolkien.
Please keep the job.
Boa noite.
ah, obrigado... ^^'
ResponderExcluirSim, vou continuar a história ^^